sexta-feira, 30 de setembro de 2016

    

  Caro aluno, nesta atividade, iremos conhecer uma importante área da filosofia: a antropologia. Nesse momento em que você já está mais familiarizado com a filosofia, é importante que você, aluno, continue a aprofundar seus estudos. Vamos conhecer um pouco mais da filosofia?!
    O termo antropologia vem do grego e significa estudo sobre o homem. A pergunta filosófica fundamental a ser feita nesse caso: o que é o ser humano? A partir dessa pergunta outras questões são levantadas, tais como: qual o sentido da existência humana?Existe uma natureza humana? Se existe, como defini-la?
   A antropologia filosófica estuda o homem em sua maior essência, enquanto a antropologia física estuda o homem na sua dimensão corpórea, diferenciando-o do anima, a antropologia cultural aborda os costumes e hábitos. Assim, a antropologia filosófica, bem como a ciência, se preocupa com o ser humano, embora a abordagem ocorra de forma distinta.

1 https://www.google.com.br/search?q=antropologia+filos%C3%B3fica&client disponível em 20.09.2013


    Assim, a antropologia é a parte da filosofia que se ocupa com a posição do homem no cosmo. E ao longo da história da filosofia várias foram as concepções sobre a visão do homem, tais como: na Idade Antiga, Platão: o corpo é o cárcere da alma. Aristóteles: o homem é um animal político por natureza. Sócrates: necessidade de conhecer a si mesmo. Na Idade Média, relação entre alma e corpo, submissão da razão à fé, visão fortemente marcada pelo teocentrismo, Deus como o centro do universo. Idade Moderna, Descartes opondo corpo e alma no ser humano. E, no período contemporâneo, Marx, o homem econômico; Freud, destaca o homem instintivo, Kierkergard, o homem angustiado. E muitos outro exemplos, podemos encontrar entre os pensadores.
   Importante destaque é o pensamento de Rousseau. “O homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Isso porque no estado de natureza, não há lutas, os homens se comunicam por gestos, gritos generosos, o homem é um bom selvagem que nasce livre com impulsos irrestritos. Eles criam o estado civil por livre associação, convenção e deliberadamente resolvem formar certo tipo de sociedade à qual passam a prestar obediência mediante o respeito à vontade geral. Mas, a criar um conjunto de forças e leis para se protegerem estas lhes castra a liberdade e o homem perde a liberdade natural ilimitada e ganha a liberdade moral (civil).


Agora, vamos exercitar seus conhecimentos!
 Acredite, pois você é capaz.

Assinale a alternativa correta:
1. Se a Antropologia é uma ciência que busca abranger o fenômeno humano o mais globalmente possível, é correto afirmar que:

(A) somente a antropologia pode ajudar a conhecer o homem em sua plenitude, inclusive no âmbito de sua opção religiosa.
(B) se quiser contribuir efetivamente com a revelação do humano, só poderá fazê-lo em íntima relação com a teologia.
(C) a antropologia não possui qualquer relação com a ciência, posto que se propõe a estudar todas as manifestações do humano.
(D) a ciência e a filosofia, enquanto duas tentativas de conhecer o homem, são também antropológicas, ao se relacionarem dialeticamente num processo de mútua fecundação.

2. “A história oficial nos faz acreditar que os portugueses, ao desembarcarem no Brasil, encontraram um Éden terrestre, pleno de florestas intocadas, fauna abundante, praias paradisíacas. Um lugar onde os bons selvagens reinariam em plena sintonia com a natureza”. (National Geographic, maio 2007. p. 60).
A ideia de “bons selvagens” contraria a tese de que:
I. o homem é bom por natureza, a sociedade o corrompe.
II. o homem é mau por natureza, vivendo em permanente guerra de todos contra todos.
III. todos por natureza, são livres e iguais.
Está(ão) correta(s):
a) I apenas.
b) II apenas.
c) III apenas.
d) I e II apenas.
e) I, II e III.

3. De acordo com Rousseau, “A passagem do estado de natureza para o estado civil determina no homem uma mudança muito notável, substituindo na sua conduta o instinto pela justiça e dando às suas ações a moralidade que antes lhes faltava.” (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. São Paulo: Abril Cultural, 1983. Coleção Os Pensadores. p.36.)
Sobre a passagem do estado de natureza para o estado civil, é correto afirmar que:

a) o homem mantém a liberdade natural e o direito irrestrito, e ainda ganha uma moralidade muito particular guiada pelo seu puro apetite.
b) o homem perde a liberdade natural e o direito à propriedade, mas adquire a obrigação de seguir sua própria vontade.
c) o homem perde a liberdade natural e o direito ilimitado, mas ganha a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui.
d) o homem mantém a liberdade natural e o direito ilimitado, mas abdica da liberdade civil em favor da liberdade moral.


   Agora que já estudamos as noções sobre a antropologia, vamos aprofundar nossos estudos a respeito da singularidade do ser humano. Por que podemos dizer que o ser humano é um ser singular? O que o ser humano possui que o difere dos outros seres vivos existentes?

   O homem deve ser compreendido em suas várias dimensões: racionalidade, condição psicológica, técnico-produtiva e espiritual. O ser humano pode ser considerado um agente transformador e não se submete inteiramente às forças da natureza, pois ele é capaz de superar os limites impostos por ela.

   O ser humano é uma pessoa que desenvolve a consciência de si mesma com base na integração entre o plano individual e o sociocultural, nas diferentes relações com a natureza, com os semelhantes, com o transcendente e consigo mesma. Graças à sua racionalidade, o homem se conhece distinto do mundo.

   O processo de humanização, realizado com base no conhecimento, na linguagem e na ação, produz certo conhecimento que se situa nas condições materiais de produção da vida e dos valores, como também no sentido que se atribui à existência.


2 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://bulevoador.com.br/wpcontent/uploads/2010/06/homrem-natureza disponível em 18.09.2013


     Por isso, caro aluno, você já pode perceber que o homem é um ser vivente, que, no cotidiano, é conhecido como único agente e membro da vida cultural. O trabalho pode ser entendido como atividade do homem que transforma a natureza. Assim sendo, parece evidente a relação entre trabalho e realização humana. Tal relação é tão antiga quanto à própria história da humanidade.
    A civilização tecnológica tem influência marcante no modo de ser e pensar de cada um de nós, assim como na forma da organização econômica, política e cultural das sociedades contemporâneas.
  A transformação do mundo material ocorre simultaneamente com as formas de conhecimento produzidas pelas sociedades ao longo da história. A passagem de um momento para outro, na história das sociedades, sempre ocorreu com muitos conflitos e sequelas. Até porque os homens não são apenas seres biológicos produzidos pela natureza. São seres culturais que modificam o estado da natureza.



Agora que já estudamos as noções sobre a singularidade do ser humano, vamos fixar esses conteúdos realizando alguns exercícios.

1. Sobre a dimensão cultural do homem, atente ao texto a seguir:
“O homem, dizia o filósofo Schelling, tem, profundamente escondida em si, uma ‘cumplicidade com a criação’, pois que lhe assistiu as origens. Seja de onde for que tenhamos vindo, estamos aqui. Encontramo-nos no mundo, em meio a outros homens. A natureza é muda. Embora pareça estar expressando algo através de suas formas, suas paisagens, suas tempestades tumultuosas, suas erupções vulcânicas, sua brisa ligeira e seu silêncio – a natureza não responde. Os animais reagem de maneira que tem sentido, mas não falam. Só o homem fala. Só entre os homens, existe essa alternância de discurso e resposta continuamente compreendida. Só o homem, pelo pensamento, tem consciência de si.
(JASPERS, Karl. Introdução ao pensamento filosófico, São Paulo: Cultrix, 1999, p. 46)

Com relação a esse contexto, analise os itens a seguir:
Atividade 2
10
I. O ser humano é um agente transformador e não se submete inteiramente às forças da natureza, mas é capaz de ampliar os limites que ela lhe impõe.
II. A pessoa desenvolve a consciência de si mesma com base na integração entre o plano individual e o sociocultural, nas diferentes relações com a natureza, com os semelhantes, com o transcendente e consigo mesma.
III. A solidariedade do homem com o mundo não confunde o homem com o mundo. Graças à sua racionalidade, o homem se conhece distinto do mundo e, numa situação de alteridade com relação ao mundo, ele tem consciência de que é uma coisa e o mundo, que é sua casa, outra.
IV. O processo de humanização, realizado com base no conhecimento, na linguagem e na ação, produz um certo conhecimento que se situa nas condições materiais de produção da vida e dos valores como também no sentido que se atribui à existência.
Estão corretos:
a) apenas II, III e IV.
b) apenas I, III e IV.
c) I, II, III e IV.
d) apenas III e IV.
e) apenas I, II e III.

2. O conceito de cultura englobou desde a Grécia Antiga a noção de que o homem modifica o universo segundo seus propósitos. Inserido nele, o homem consegue penetrá-lo e transformá-lo com a força de seu trabalho. As mudanças que ele introduz não são alterações a esmo, implicam um grau de consciência ou intenção, bem como o uso de técnicas capazes de melhorar o mundo. E se o fazer integra o modo humano de existir, propiciando a concretização de intentos, pode-se indagar sobre o que se projeta no sonho transformador do homem.
CARVALHO, José Maurício. O Homem e Filosofia, 1998, p. 153.

Com relação a esse assunto, analise os itens a seguir:
I. O homem é um ser vivente, que, no cotidiano, é conhecido como único agente e membro da vida cultural.
II. O trabalho pode ser entendido como atividade do homem transformando a natureza. Assim sendo, parece evidente a relação entre trabalho e realização humana. Tal relação é tão antiga quanto à própria história da humanidade.
III. A civilização tecnológica tem influência marcante no modo de ser e pensar de cada um de nós, assim como na forma da organização econômica, política e cultural das sociedades contemporâneas.
IV. A transformação do mundo material ocorre simultaneamente com a das formas de conhecimento produzidas pelas sociedades ao longo da história. A passagem de um momento para outro, na história das sociedades, ocorre sem conflitos e sem traumas.
V. Os homens não são apenas seres biológicos produzidos pela natureza. São seres culturais que modificam o estado da natureza.
Assinale a alternativa que contém os itens CORRETOS.
a) Apenas I, II, IV e V.
b) Apenas I, II, III e V.
c) Apenas II, III, IV e V.
d) Apenas II, IV e V.
e) I, II, III, IV e V.


   Caro aluno, agora chegou a hora de compreendermos o ser humano como ser político. Será muito interessante. Pode acreditar: você irá gostar desse assunto tão instigante. Vamos pedir ajuda a um grande pensador grego. Você já o conhece. Ele se chama Aristóteles.

    Na sua obra Política, Aristóteles tratou da realidade, dos sistemas políticos existentes na sua época. Platão adotava na República uma postura mais idealista, mais inclinada para o imaginário, utópico, servindo de inspiração para os revolucionários. Já Aristóteles foi inspirador dos pensadores políticos mais inclinados a ciência e ao realismo.
Para Aristóteles, o objetivo da política é a busca da felicidade humana.

    Para os gregos, pólis é a cidade entendida como a comunidade organizada formada pelos cidadãos, isto é, pelos homens nascidos no solo da cidade, livres e iguais portadores de dois direitos inquestionáveis, a isonomia (igualdade perante a lei) e a isegoria (o direito de expor e discutir em público opiniões sobre ações que a cidade deve ou não deve realizar). Para Aristóteles, “O homem é naturalmente um animal racional e político, destinado a viver em sociedade”.

    Podemos dizer que em grande parte o pensamento grego serviu como base para algumas concepções cristãs como é o caso da ética. No entanto, no pensamento moderno caracterizou-se por fortes críticas ao pensamento clássico. Maquiavel, por exemplo, rejeita a moral cristã como fundamento e finalidade da política. Para ele, o governante, se necessário, deve ser cruel e fraudulento para obter e se manter o poder “Os fins justificam os meios.”. Tratava-se de uma ideologia que pregava o relativismo da ética e da moral. Maquiavel entendia o mundo político e o descreveu como ele realmente é. Não acredita na existência de um bom governo, encarnada na figura de um governante virtuoso. A virtuosidade do governante está em bem administrar e comandar o Estado.

    Já Hobbes destaca que no estado de natureza os homens têm um desejo, que é também em interesse próprio, de acabar com a guerra, buscar a paz, e, por isso, formam sociedades entrando num contrato social no qual o Estado é o garantidor da boa convivência entre os homens.


Caro aluno, agora chegou a hora de exercitarmos o que foi estudado!
Leia com atenção e responda o que se pede. Acredite em você mesmo!

1. “Toda cidade [polis], portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as primeiras comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a natureza de uma coisa é seu estágio final. (...) Estas considerações deixam claro que a cidade é uma criação natural, e que o homem é por natureza um animal social, e um homem que por natureza, e não por mero acidente, não fizesse parte de cidade alguma, seria desprezível ou estaria acima da humanidade.” (ARISTÓTELES. Política. 3. ed. Trad. De Mário da Gama Kuri. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1997. p. 15.)
De acordo com o texto de Aristóteles, é correto afirmar que a pólis:

a) É instituída por uma convenção entre os homens.
b) Existe por natureza e é da natureza humana buscar a vida em sociedade.
c) Passa a existir por um ato de vontade dos deuses, alheia à vontade humana.
d) É estabelecida pela vontade arbitrária de um déspota.
e) É fundada na razão, que estabelece as leis que a ordenam.

2. “Todavia, como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessam, pareceu-me mais conveniente procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que delas se possa imaginar. E muita gente imaginou repúblicas e principados que nunca serviram nem jamais foram reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre como se vive e o modo por que se deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do que o modo de se preservar.” (O Príncipe, de Maquiavel.) Nessa passagem, Maquiavel mostra que o domínio das ações humanas, no qual está incluída a política, deve ser concebido sob uma perspectiva realista.

Sobre essa maneira de conceber a política, é possível afirmar:
I. A política deve sempre ser pensada a partir de modelos ideais e da busca de soluções definitivas.
II. A política deve valorizar as experiências e os acontecimentos.
III. Concebe-se que a política deve se regular pelo modo como vivemos e não como deveríamos viver.
IV. Defende-se que a política deve ser orientada por valores universais e crenças sobre como deveria ser a vida em sociedade.

a) I e II apenas.
b) I, II e II apenas.
c) II e III apenas.
d) III e IV apenas.
e) IV apenas.

3. Thomas Hobbes escreveu que:
“Uma lei de natureza (lex naturalis) é um preceito ou regra geral, estabelecido pela razão, mediante o qual se proíbe a um homem fazer tudo o que possa destruir sua vida ou privá-lo dos meios necessários para preservá-la, ou omitir aquilo que pense poder contribuir melhor para preservá-la”. (HOBBES, Thomas. Leviatã, São Paulo: Nova Cultural, 1988. Coleção “Os Pensadores”.p.79).

Assinale a alternativa correta.
a) A condição natural do homem é a perfeita harmonia em relação ao seu semelhante.
b) A lei primeira e fundamental da natureza é procurar a paz e segui-la.
c) No estado de natureza, os homens são governados pela razão divina.
d) No estado de natureza, o homem não tem direito a todas as coisas, por isso, ele tem segurança.